Os riscos do BRT só fazem aumentar

Trechos da via expressa na avenida Almirante Barroso, em Belém, estão deteriorados; em alguns pontos, as “tartaruguinhas” que dividem a via da área de tráfego dos demais veículos sumiram; e há estações de passageiros que ainda não funcionam. Essas condições do BRT Belém em uma das principais avenidas da capital preocupam quem trafega por ali, pois os problemas oferecem riscos.

“Já peguei várias vezes o ônibus expresso e nessas partes onde o concreto da pista tá quebrado, dá medo. O motorista passa em alta velocidade e não percebe isso. Fico pensando se um dia ele [motorista] perder o controle. Deveriam ajeitar isso para evitar algum acidente”, disse Larissa Santos, de 32 anos, nutricionista, moradora no bairro Parque Verde.

Próximo às estações da avenida Júlio César e Tuna Luso, ambos sentido Entroncamento – São Brás, foram os pontos identificados pela reportagem onde parte do concreto da pista exclusiva está quebrado. Devido ao forte impacto recebido pelos veículos, estão sendo formadas crateras que vão aumentando e causando ainda mais desgastes na pista.

O problema é antigo, mas até o momento nenhum serviço de reparo e manutenção foi realizado. Além disso, as estações da Tuna, Mauriti e Humaitá ainda não estão funcionando. Diante do cenário, o pedreiro José Maria Monteiro, de 53 anos, morador no bairro Águas Lindas, em Ananindeua, reclama. “Esse BRT está uma bagunça. Primeiro é uma obra que nunca termina. O que foi feito já está desse jeito: tudo quebrado. É o nosso dinheiro que está aí. Fico indignado”, desabafa.

Ao longo da Almirante, nos dois sentidos, diversos trechos onde foram colocados as “tartaruguinhas” que dividiam as duas pistas de tráfego, não existem mais. Elas também recebem o impacto de alguns veículos que perdem o controle na pista e acabam colidindo. Por outro lado, há quem não aprove. “Bastava a faixa. Se a gente descuidar, bate nelas e danificando o pneu. Já vi acidentes acontecerem por causa disso, na hora que vai desviar de outro veículo acaba batendo nisso e perde o controle”, comenta Luiz Alberto Pinheiro, 31 anos, motorista.

Em nota, a prefeitura de Belém informou que realizará processo licitatório para contratação dos reparos e manutenções em vários pontos da pista expressa do BRT ao longo da avenida Almirante Barroso “para eliminar os transtornos causados aos usuários do sistema” A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), ainda de acordo com a nota da prefeitura, fez o levantamento dos pontos afetados e providencia os procedimentos para executar os serviços de forma emergencial.

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O reparo, segundo a prefeitura, “deveria ser feito pela empresa executora da obra, a Andrade Gutierrez, já que ainda está dentro do prazo de garantia do serviço. A empresa já foi notificada e o processo está tramitando”, encerra a nota.

PARA ENTENDER

-  O trecho do BRT Entroncamento–São Brás, cerca de 6 km, foi inaugurado no segundo semestre de 2016, mas parte da estrutura do piso apresenta fissuras.

- O projeto do BRT visa o corredor exclusivo para ônibus de Icoaraci até São Brás. As obras começaram em 2012, no mandato do então prefeito Duciomar Costa, e o investimento inicial estava avaliado em torno de R$ 400 milhões.

Fonte:(Diário do Pará)