Cine Clube TF: “o bairro da Terra Firme pulsa amor e arte”

Criado pelo sonho de propagar amor por meio da arte e mostrar a periferia de forma diferente, o projeto Cine Clube Terra Firme surgiu em meados de 2015, após uma chacina que vitimou 11 pessoas na comunidade e nos bairros vizinhos. O Portal Roma News conversou com a professora e idealizadora do projeto, Lília Melo, que por meio do Cine Clube leva aulas gratuitas de teatro, música, dança, poesia a crianças e adolescentes do bairro.

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Lília é professora de Língua Portuguesa e Redação na escola Brigadeiro Fontenelle que atende a população da Terra Firme - bairro periférico com mais de 60 mil habitantes e com a triste fama de ser um dos mais perigosos da região metropolitana de Belém -. Ela conta que após o episódio da chacina, escolas fecharam, seus alunos tinham medo de sair de casa e o pânico se instalou na comunidade.

Com a proposta de mostrar um lado do bairro que não costumava sair na mídia, Lília decidiu se mudar para a Terra Firme, fazer parcerias com grupos artísticos e culturais da comunidade e mostrar para os seus alunos que eles também tinham  a chance de desenvolver bons projetos que dariam certo nos espaços que ocupavam. 

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Lília diz que enxerga a periferia como um polo de talentos. “Eu acho que dentro da periferia existem muitos artistas. Eu costumo dizer que na pele deles, na veia deles e delas corre arte e cultura”.

Pouco a pouco, o projeto vem crescendo e mostrando que a periferia pode ir além. O Portal Roma News acompanhou a apresentação dos jovens talentos que subiram ao palco de um teatro pela primeira vez e apresentaram o sarau “Nós por Nós: vidas negras periféricas, as mãos que nutrem o centro”.

Contrariando todos que duvidavam do seu sonho em levar cultura e arte para o bairro mais perigoso de Belém, Lília encerra essa entrevista com a frase que carrega por todos os lugares que vai: “o bairro da Terra Firme pulsa amor e arte!”.

Por Igor Monteiro