Professor e umbandista é agredido por quatro homens em Belém. Já passou da hora de acabar com essa intolerância

O professor Nilberto, que leciona Geografia em uma escola pública de Mosqueiro, foi brutalmente agredido por quatro homens que estavam em uma casa de shows na Travessa Benjamin Constant, no centro de Belém. Nas duas versões sobre a agressão, a motivação foi a intolerância e o ódio que tomam conta do Brasil neste dias agitados e tensos de campanha eleitoral.

A primeira versão dá conta de que o professor foi espancado por ser adepto da Umbanda, religião de matriz africana que possui dezenas de milhares de seguidores em todo o Pará, especialmente em Belém e região metropolitana. Ele trajava uma camisa com a simbologia de Ogum, que na Umbanda é o "vencedor de batalhas e demandas". Os agressores, por ignorância ou deliberada má fé, esqueceram que  a livre manifestação religiosa está inserida na Constituição Federal de 1988.

A segunda versão diz que os agressores julgaram que  professor e seus irmãos, iriam sair da casa de shows sem pagar a despesa. "Chuta que ele é petista", teria dito um dos agressores. É que, momentos antes do ataque, segundo narrativa do próprio Nilberto no vídeo por ele gravado acima, alguém teria pregado na camisa dele um adesivo da candidatura de Fernando Haddad, que disputa o segundo turno com o candidato Jair Bolsonaro.

Na hora em que o grupo tentava sair do local, eles foram cercados pelo bando, passando a ser agredidos verbal e fisicamente. Foram chutes e socos de todos os lados. Os agredidos conseguiram se livrar e correram até a avenida Nazaré onde pegaram um táxi, levando Nilberto até o Hospital Porto Dias, onde ele foi atendido. Os agressores ainda não foram identificados.

Qualquer forma de barbárie é inaceitável, deve ser combatida e denunciada.